Figura 1. Esquema do aparelho reprodutor masculino
Figura 1. Esquema do aparelho reprodutor masculino.    1. bexiga; 2. osso púbico; 3. pénis; 4. corpo cavernoso; 5. glande; 6. prepúcio; 7. abertura seminal; 8. intestino grosso (colón); 9. reto; 10. vesicular seminal; 11. conduto ejaculador; 12. próstata; 13. glândula de Cowper (glândula bulbouretral); 14. ânus; 15. vaso deferente; 16. epidídimo; 17. testículo; 18. escroto

Órgãos externos:

Pénis: é o órgão copulador, que permite o transporte dos espermatozoides para o exterior. É constituído por três cilindros de tecido esponjoso erétil – os corpos cavernosos e o corpo esponjoso – que resultam da modificação de veias e capilares sanguíneos. Na excitação sexual o afluxo de sangue aos tecidos dos corpos cavernosos provoca um aumento da pressão que dá origem à ereção. Este fenómeno é provocado pela elevada compressão nas veias que evitam a saída do sangue daquela região. O corpo esponjoso, que rodeia a uretra, evita a sua compressão, mantendo a abertura suficiente para a saída do esperma durante a ejaculação. Na extremidade do pénis, o corpo esponjoso alarga formando a glande rica em terminações nervosas que a tornam extremamente sensível. A glande é coberta por uma pega de pele denominada prepúcio. A uretra que se prolonga da bexiga pelo interior do pénis terminando no orifício urogenital, é um órgão comum aos aparelhos reprodutor e urinário, permitindo a libertação de urina formada nos rins e de esperma durante a ejaculação.

Escroto: é uma prega externa que permite manter os testículos fora da cavidade abdominal. A localização externa dos testículos é fundamental para a espermatogénese, que nos humanos e na maioria dos mamíferos, ocorre a uma temperatura ligeiramente inferior à temperatura corporal.


Órgão internos:

Vesículas seminais: segregam o líquido seminal, que juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, fará parte do esperma (cerca de 60% do volume total). Este fluido contém frutose, fundamental na mobilização de energia indispensável à mobilidade dos espermatozoides; bicarbonato, para manter um pH alcalino que neutraliza a acidez na uretra; enzimas e prostaglandinas (hormonas). O líquido seminal é conduzido até à uretra através dos canais deferentes.

Próstata: glândula acessória de maior dimensão, que segrega o líquido prostático diretamente para a uretra. O liquido prostático é rico no ião citrato (nutriente para os espermatozoides) e enzimas anticoagulantes (fibrolisina), contribuindo com cerca de 30% do volume total do esperma. O seu pH alcalino auxilia na manutenção da alcalinidade do sémen favorecendo a mobilidade dos gâmetas. A próstata permite também a passagem para a uretra da urina, alternando assim funções entre o aparelho reprodutor e o aparelho urinário.

Glândulas de Cowper: também designadas por glândulas bulbo-uretrais, mesmo antes da ejaculação segregam fluidos que perfazem os restantes 10% do volume total do esperma. O muco alcalino segregado para a uretra neutraliza a acidez da urina que, eventualmente, possa aí permanecer e permite a lubrificação do pénis facilitando a sua penetração na vagina durante o ato sexual.

Testículos: constituídos por numerosos túbulos seminíferos, rodeados por várias camadas de tecido conjuntivo – a túnica albugínea, ou cápsula fibrosa, que formam vários septos dividindo os testículos em lóbulos. Quando se observa um corte transversal dos testículos, nota-se a existência dos lóbulos testiculares, no interior dos quais existem dois ou três túbulos seminíferos, canais muito finos e enovelados, onde ocorre a espermatogénese. Estes túbulos convergem na região posterior dos testículos, unindo-se num canal de maior calibre, o epidídimo, que se prolonga pelo canal deferente até à uretra. No interior dos túbulos seminíferos podem-se distinguir dois tipos de células: as células germinativas (percursoras dos espermatozoides) e as células de Sertoli, que auxiliam o processo de maturação das células germinativas, segregando substâncias fundamentais para a sua nutrição e diferenciação. Nos espaços entre os túbulos existem as células intersticiais, as células de Leydig, que produzem várias hormonas, entre as quais a testosterona responsável pelo aparecimento e manutenção dos carateres sexuais secundários e pela formação dos espermatozoides (fig.2).


Figura 2. Esquema de corte longitudinal do testículo
Figura 2. Esquema de corte longitudinal do testículo 1. Septo testicular, 2. Túbulos semíniferos, 3. Lóbulo, 4. Túbulos seminíferos, 5. Ductos eferentes, 6. Rede testicular

Canais deferentes: ductos através dos quais o esperma passa, durante a ejaculação, devido à contração das suas paredes mucosas. Os dois canais partem do escroto e rodeia a bexiga urinária, unindo-se a um canal da vesícula seminal, formando um curto canal ejaculatório. Ambos os canais ejaculatórios abrem para a uretra, que comunica com exterior.

Epidídimos: cada testículo tem um. São tubos altamente enrolados que comunicam com o respetivo canal deferente. Durante cerca de 20 dias o esperma passa pelo epidídimo, permitindo a maturação dos espermatozoides que vão ganhando mobilidade e capacidade fecundativa.

Uretra: canal que permite a saída do sémen para o exterior do corpo (comum ao aparelho urinário permite a saída da urina acumulada na bexiga).