Demonstração


Figura 2.

Para provar a lei dos senos, usamos o facto conhecido (Proposição 20 do livro III dos Elementos de Euclides) de que a medida de um ângulo inscrito numa circunferência (isto é, um ângulo cujo vértice está sobre a circunferência e os lados contêm duas cordas da circunferência), é igual a metade da medida do ângulo ao centro (ou arco) que subtende a mesma corda ou metade da amplitude do arco AB.


Figura 3.

Consideremos de novo a circunferência circunscrita ao triângulo ABC, e seja r o seu raio.

Temos que: AOB=2ACB=2γ.

Baixemos, a partir de O, a perpendicular que bisseta o lado AB. Temos então que

sinγ=c2r

o que implica que csinγ=2r=constante

que é uma constante, constante esta que é independente de c e γ. Fazendo exatamente o mesmo procedimento para os dois outros lados e ângulos internos, obtemo

asinα=bsinβ=csinγ=2r

como se pretendia.


Aplicações


Aplicação 1

Figura 4.

Num triângulo inscrito numa circunferência de diâmetro igual a 1, o comprimento de cada lado é igual ao seno do ângulo oposto.

Com efeito, neste caso, a lei do senos diz que

asinα=bsinβ=csinγ=1

donde se deduz que

a=sinα,b=sinβ e c=sinγ.


Fórmulas de duplicação

Figura 5.

Consideremos o triângulo ROP inscrito numa circunferência de raio igual a 1, que se ilustra na imagem ao lado. Se AOP=2θ, então ARP=θ.

Aplicando a lei dos senos ao triângulo ROP, obtemos

RPsin(180º2θ)=OPsinθ=1sinθ

uma vez que OP=1, donde se deduz que

sin2θ=RPsinθ,

uma vez que

sin(180º2θ)=sinθ.

Por outro lado, do triângulo RSO, retângulo em S, obtemos que

cosθ=RSRO=(RP/2)1=RP2,

o que implica que

RP=2cosθ.

Substituindo RP na fórmula sin2θ=RPsinθ, acima deduzida, obtemos uma fórmula do seno do ângulo duplo:

sin2θ=2sinθcosθ


Fazendo um raciocínio análogo, aplicado agora ao triângulo RQP, retângulo em Q, obtemos as fórmulas do cosseno do ângulo duplo:

cos2θ=2cos2θ1=cos2θsin2θ