Morfologia do aparelho reprodutor masculino
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- Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Referência Moreira, C., (2014) Morfologia do aparelho reprodutor masculino, Rev. Ciência Elem., V2(3):196
DOI http://doi.org/10.24927/rce2014.196
Palavras-chave aparelho; reprodutor; masculino; órgãos; internos; externos;
Resumo
O aparelho reprodutor masculino é constituído por um conjunto de órgãos internos e externos (Fig.1).
- o escroto (envolve os testículos);
- o pénis.
Os órgãos reprodutores internos são:
- os testículos (gónadas masculinas);
- as glândulas acessórias (ou anexas): vesículas seminais, próstata, glândulas de Cowper;
- as vias genitais (ou ductos genitais): epidídimo, canal deferente, uretra.
Órgãos externos:
Pénis: é o órgão copulador, que permite o transporte dos espermatozoides para o exterior. É constituído por três cilindros de tecido esponjoso erétil – os corpos cavernosos e o corpo esponjoso – que resultam da modificação de veias e capilares sanguíneos. Na excitação sexual o afluxo de sangue aos tecidos dos corpos cavernosos provoca um aumento da pressão que dá origem à ereção. Este fenómeno é provocado pela elevada compressão nas veias que evitam a saída do sangue daquela região. O corpo esponjoso, que rodeia a uretra, evita a sua compressão, mantendo a abertura suficiente para a saída do esperma durante a ejaculação. Na extremidade do pénis, o corpo esponjoso alarga formando a glande rica em terminações nervosas que a tornam extremamente sensível. A glande é coberta por uma pega de pele denominada prepúcio. A uretra que se prolonga da bexiga pelo interior do pénis terminando no orifício urogenital, é um órgão comum aos aparelhos reprodutor e urinário, permitindo a libertação de urina formada nos rins e de esperma durante a ejaculação.
Escroto: é uma prega externa que permite manter os testículos fora da cavidade abdominal. A localização externa dos testículos é fundamental para a espermatogénese, que nos humanos e na maioria dos mamíferos, ocorre a uma temperatura ligeiramente inferior à temperatura corporal.
Órgão internos:
Vesículas seminais: segregam o líquido seminal, que juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, fará parte do esperma (cerca de 60% do volume total). Este fluido contém frutose, fundamental na mobilização de energia indispensável à mobilidade dos espermatozoides; bicarbonato, para manter um pH alcalino que neutraliza a acidez na uretra; enzimas e prostaglandinas (hormonas). O líquido seminal é conduzido até à uretra através dos canais deferentes.
Próstata: glândula acessória de maior dimensão, que segrega o líquido prostático diretamente para a uretra. O liquido prostático é rico no ião citrato (nutriente para os espermatozoides) e enzimas anticoagulantes (fibrolisina), contribuindo com cerca de 30% do volume total do esperma. O seu pH alcalino auxilia na manutenção da alcalinidade do sémen favorecendo a mobilidade dos gâmetas. A próstata permite também a passagem para a uretra da urina, alternando assim funções entre o aparelho reprodutor e o aparelho urinário.
Glândulas de Cowper: também designadas por glândulas bulbo-uretrais, mesmo antes da ejaculação segregam fluidos que perfazem os restantes 10% do volume total do esperma. O muco alcalino segregado para a uretra neutraliza a acidez da urina que, eventualmente, possa aí permanecer e permite a lubrificação do pénis facilitando a sua penetração na vagina durante o ato sexual.
Testículos: constituídos por numerosos túbulos seminíferos, rodeados por várias camadas de tecido conjuntivo – a túnica albugínea, ou cápsula fibrosa, que formam vários septos dividindo os testículos em lóbulos. Quando se observa um corte transversal dos testículos, nota-se a existência dos lóbulos testiculares, no interior dos quais existem dois ou três túbulos seminíferos, canais muito finos e enovelados, onde ocorre a espermatogénese. Estes túbulos convergem na região posterior dos testículos, unindo-se num canal de maior calibre, o epidídimo, que se prolonga pelo canal deferente até à uretra. No interior dos túbulos seminíferos podem-se distinguir dois tipos de células: as células germinativas (percursoras dos espermatozoides) e as células de Sertoli, que auxiliam o processo de maturação das células germinativas, segregando substâncias fundamentais para a sua nutrição e diferenciação. Nos espaços entre os túbulos existem as células intersticiais, as células de Leydig, que produzem várias hormonas, entre as quais a testosterona responsável pelo aparecimento e manutenção dos carateres sexuais secundários e pela formação dos espermatozoides (fig.2).
Canais deferentes: ductos através dos quais o esperma passa, durante a ejaculação, devido à contração das suas paredes mucosas. Os dois canais partem do escroto e rodeia a bexiga urinária, unindo-se a um canal da vesícula seminal, formando um curto canal ejaculatório. Ambos os canais ejaculatórios abrem para a uretra, que comunica com exterior.
Epidídimos: cada testículo tem um. São tubos altamente enrolados que comunicam com o respetivo canal deferente. Durante cerca de 20 dias o esperma passa pelo epidídimo, permitindo a maturação dos espermatozoides que vão ganhando mobilidade e capacidade fecundativa.
Uretra: canal que permite a saída do sémen para o exterior do corpo (comum ao aparelho urinário permite a saída da urina acumulada na bexiga).
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