Reprodução Assistida
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- Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Referência Moreira, C., (2014) Reprodução Assistida, Rev. Ciência Elem., V2(3):200
DOI http://doi.org/10.24927/rce2014.200
Palavras-chave Reprodução; espermatozoides; fertilização;
Resumo
A reprodução assistida consiste na utilização de técnicas que auxiliam e permitem a reprodução nas situações em que naturalmente não é possível. Algumas dessas técnicas incluem: a inseminação artificial, a fertilização in vitro, a transferência intra-tubárica de gâmetas (nas trompas de Falópio), de zigotos ou embriões e a injeção intra-citoplasmática de espermatozoides.
Técnicas utilizadas:
- inseminação artificial – transferência de espermatozoides, previamente, recolhidos, tratados e selecionados, diretamente no útero da mulher, na altura da ovulação. A fecundação dá-se in vivo nas trompas de Falópio.
- fertilização in vitro – após recolha de espermatozoides e oócitos a fecundação é feita em laboratórioin vitro. A mulher submete-se a um tratamento hormonal com injeções de FSH e LH (ver entrada na Wikiciências para Regulação Hormonal dos Sistemas Reprodutores), que estimulam a maturação de vários folículos, havendo um acompanhamento da sua evolução. Quando os folículos estão no ponto ótimo de maturação a mulher recebe injeções de HCG (Hormona Gonadotropina Coriónica) para estimular o espessamento do endométrio. Antes da ovulação recolhem-se os oócitos diretamente do folículo e a fecundação ocorre artificialmente in vitro. O embrião é posteriormente injetado no útero.
- injeção intracitoplasmática de espermatozoides – injeção de um espermatozoide diretamente no citoplasma do oócito, sem que o espermatozoide tenha de ultrapassar a zona pelúcida do oócito por ele mesmo.
- transferência intratubárica de gâmetas – de forma artificial os oócitos e espermatozoides, previamente recolhidos, são injetados diretamente nas trompas de Falópio, deixando-se que a fecundação ocorra naturalmente in vivo.
- transferência intratubárica de zigotos - em mulheres com endometriose (o tecido do endométrio forma-se fora do útero), a fertilização do oócito é feita in vitro e o zigoto resultante é transferido para as trompas de Falópio.
As técnicas de fertilização são muitas vezes acompanhadas de outros procedimentos médicos, tais como:
- diagnóstico genético pré-implantação - biópsia à zona pelúcida do embrião antes da sua implantação no útero. Extrai-se um único blastómero de um embrião com cerca de 6 a 12 células e efetua-se a sua caracterização cromossómica. Esta técnica permite o despiste de mutações cromossómicas ou génicas, bem como a determinação do sexo. Este procedimento é possível e legal em Portugal, quando há perigo de transmissão de doenças genéticas associadas ao sexo.
- crioconservação de espermatozoides e embriões – conservação por congelamento rápido a baixas temperaturas recorrendo a azoto líquido (temperatura na ordem dos -196ºC) de espermatozoides e embriões.
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