Um sistema diz-se coloidal quando as dimensões das partículas que constituem a fase dispersa se situam entre 10-9 e 10-6 m (entre 1 nm e 500 nm). Um sistema coloidal constitui uma situação intermédia entre uma mistura homogénea (solução, com partículas menores que 1 nm) e uma mistura heterogénea (suspensão, com partículas maiores que 500 nm). Num coloide, as partículas são maiores que uma molécula mas, simultaneamente, suficientemente pequenas para não se depositarem no fundo por ação da gravidade, dadas as interações eletrostáticas existentes entre elas (num coloide estável, as superfícies das partículas têm o mesmo tipo de carga – positiva ou negativa – pelo que as interações são repulsivas, caso contrário haveria aglomeração das partículas o conduziria à floculação do coloide – “precipitação”).


Os coloides podem ser classificados de acordo com o estado físico da fase dispersa e da fase contínua, tal como se indica na tabela seguinte:


  Fase Dispersa
Gás Líquido Sólido
Fase Contínua Gás Nenhum
(todos os gases são miscíveis)
Aerosol Líquido Aerosol Sólido
Líquido Espuma Emulsão Sol
Sólido Espuma sólida Gel Sol Sólido

Uma das características dos coloides é a movimentação rápida, aleatória, desordenada e caótica das partículas da fase dispersa. Este fenómeno denomina-se movimento browniano. Uma outra característica dos coloides é o efeito Tyndall, que é a capacidade que as partículas coloidais têm de dispersar a luz quando esta atravessa um meio coloidal, o que as permite distinguir das soluções.

O estudo dos coloides iniciou-se em 1860, quando o químico escocês Thomas Graham observou que substâncias como o amido, a cola ou a gelatina se difundiam muito mais lentamente quando colocadas em água do que o açúcar ou o sal de cozinha. Além disso verificou que estas substâncias não cristalizavam, ao contrário do açúcar e do sal de cozinha. Graham decidiu chamar esta classe de substâncias (com este tipo comportamento) coloide, do grego kóllas (cola, gordura) + eïdos (forma).

Os coloides, abundantemente presentes no quotidiano, têm uma influência e um impacto consideráveis no Homem. São exemplos de coloides o leite, a maionese, o fumo, o nevoeiro, as nuvens, o sangue, a gelatina, as natas batidas, a laca, a neblina, a pedra-pomes, a pasta dentífrica, o champô, a matéria particulada do ar ou a cerveja.