Este processo foi patenteado em 1902 pelo químico alemão Wilhelm Ostwald (1853 – 1932) que mais tarde, em 1909, recebeu o Prémio Nobel da Química pelo seu trabalho sobre a catálise nas reações químicas.1 Ostwald desde estudante revelou-se interessado em diversas temáticas e na autoaprendizagem2; foi professor de Química no Instituto Politécnico de Riga e na Universidade de Leipzig, contando-se entre os seus alunos mais famosos Arrhenius (Prémio Nobel em 1903), Van‘t Hoff (Prémio Nobel em 1901) e Nernst (Prémio Nobel em 1920)3.

No processo de Ostwald,4 o amoníaco e o dioxigénio são inicialmente aquecidos a cerca de 800 °C para formar monóxido de azoto (reação catalisada por um catalisador de platina-ródio):


4 NH3(g)+5 O2(g)4 NO(g)+6 H2O(g)


Seguidamente, o monóxido de azoto (antigamente designado “óxido nítrico”) é oxidado a dióxido de azoto, na ausência de qualquer catalisador:


2 NO(g)+O2(g)2 NO2(g)


Posteriormente, faz-se passar através da água o dióxido de azoto formado, resultando a formação de ácido nítrico e de ácido nitroso:


2 NO2(g)+H2O(l)HNO2(aq)+HNO3(aq)


Por aumento de temperatura, o ácido nitroso, produzido anteriormente, também é convertido em ácido nítrico:


3 HNO2(aq)  Δ  HNO3(aq)+H2O(l)+2 NO(g)


O monóxido de azoto, resultante deste passo final do processo de Ostwald, é reciclado, reintegrando-o no processo, especificamente no segundo passo da cadeia de reações.


O ácido nítrico é um dos ácidos inorgânicos mais importantes e é utilizado na produção de corantes, fertilizantes, explosivos, fármacos e outros. Por reação do ácido nítrico com amoníaco obtém-se nitrato de amónio que tem variadas aplicações como fertilizante, como herbicida, como explosivo, como propelente de foguetes, etc. O ácido nítrico é também bastante utilizado na nitração de compostos orgânicos, originando alguns dos mais conhecidos explosivos, como o trinitrotolueno (vulgarmente designado TNT) e a trinitroglicerina (vulgarmente conhecida por nitroglicerina)5.