Embriogénese do Ouriço do mar
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- Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Referência Moreira, C., (2015) Embriogénese do Ouriço do mar, Rev. Ciência Elem., V3(3):160
DOI http://doi.org/10.24927/rce2015.160
Palavras-chave Embriogénese; Ouriço do mar; polo;
Resumo
Os Ouriços do Mar pertencem ao filo dos Equinodermes, ao qual também pertencem as estrelas-do-mar e os pepino-do-mar.
Os Ouriços do Mar são dioicos, isto é, têm sexos (feminino e masculino) em indivíduos diferentes. A fecundação é externa. Os seus ovos são isolecíticos (pequena quantidade de deutolécito distribuído homogeneamente por todo o citoplasma ativo). O desenvolvimento embrionário é indireto e divide-se em três principais fases: segmentação, gastrulação e organogénese.
Segmentação
A segmentação é holoblástica (total) pois os planos de divisão atingem todo o ovo. As divisões mitóticas sucessivas originam células, os blastómeros, de dimensões cada vez mais reduzidas, mantendo o embrião o tamanho do ovo inicial.
Os blastómeros mantém-se unidos formando um conjunto com aspeto de uma pequena amora, a mórula. Quando o embrião atinge este estádio notam-se blastómeros de diferentes tamanhos, mais pequenos (micrómeros) na região do polo vegetativo e de maiores dimensões junto ao polo animal (mesómeros e macrómeros, de tamanho médio e grande respetivamente).
No final da segmentação o embrião é constituído por uma só camada de células, a blastoderme, que rodeia uma cavidade, o blastocélio. Diz-se que o embrião é monodérmico, e é designado por blástula, com blastocélio central neste caso.
Gastrulação
As divisões mitóticas continuam, aumentando o número de células do embrião, mas verificam-se também movimentos celulares. As células do polo vegetativo migram para o interior do blastocélio, formando um tecido embrionário, o mesênquima primário, a partir do qual se formará o esqueleto. A blástula fica mais achatada na zona do polo vegetativo, onde as células se dividem mais ativamente e invaginam até constituir uma camada de células mais interna.
Durante a gastrulação ocorrem os seguintes fenómenos: migração, invaginação (ou embolia). O embrião é constituído por dois folhetos embrionários, um externo, a ectoderme, e outro interno, a endoderme. A endoderme rodeia uma cavidade, o arquêntero ou intestino primitivo, que comunica com o exterior através do blastoporo. No final da invaginação, algumas células no teto do arquêntero migram para o interior da cavidade formando um outro tecido embrionário, o mesênquima secundário, e formam-se duas vesículas laterais, as vesículas celómicas. As vesículas celómicas vão crescendo entre a ectoderme e a endoderme, acabando por se separar da endoderme. As paredes dessas vesículas constituem a mesoderme e delimitam uma cavidade, o celoma. A mesoderme possui dois folhetos: parietal, encostado à ectoderme e visceral, encostado à endoderme.
A gástrula – nome que o embrião toma nesta fase – do ouriço do mar é tridérmico: apresenta três folhetos embrionários – ectoderme, endoderme e mesoderme.
Organogénese
As células dos três folhetos embrionários diferenciam-se dando origem aos diferentes tecidos e órgãos. A embriogénese termina com a formação de uma larva de simetria bilateral - pluteos, capaz de nadar, de vida livre mas incapaz de se alimentar. O intestino primitivo constitui o tudo digestivo, aberto nas duas extremidades. O blastoporo dá origem ao ânus e na extremidade oposta abre-se a boca.
O ouriço do mar tem um desenvolvimento indireto, dado que no nascimento a forma e as características do animal são muito diferentes da sua forma adulta, sofrendo grandes transformações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas.
Filme
1. Desenvolvimento embrionário do Ouriço-do-mar.
Resumo:
- segmentação holoblástica, igual com formação de embrião monodérmico, a blástula, com blastocélio central
- gastrulacão por migração e invaginação, formando um embrião tridérmico, a gástrula
- organogénse com diferenciação celular, originando larva com vida independente.
Materiais relacionados disponíveis na Casa das Ciências:
- A forma e a alimentação nos ouriços-do-mar, a estranha anatomia dos ouriços-do-mar.
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