John Strutt
1842 – 1919
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- Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Referência Ribeiro, D., (2015) John Strutt, Rev. Ciência Elem., V3(3):198
DOI http://doi.org/10.24927/rce2015.198
Palavras-chave John William Strutt; Rayleigh; físico; inglês; acústica; hidrodinâmica; ótica; Prémio Nobel da Física;
Resumo
John William Strutt, terceiro barão de Rayleigh (1842 – 1919), físico inglês, fez descobertas fundamentais nas áreas da acústica, hidrodinâmica e ótica, que estão no estabelecimento da teoria da propagação de ondas em fluidos. Strutt recebeu o Prémio Nobel da Física, em 1904, por ter conseguido isolar o elemento químico árgon, um gás inerte.
Lord Rayleigh (tal como era conhecido nos círculos científicos) foi um dos maiores cientistas britânicos da última metade do século XIX e das duas primeiras décadas do século XX. Apesar de pertencer à nobreza, Strutt tomou a incomum decisão de se dedicar a uma carreira científica, mantendo a sua atividade científica desde a época da sua graduação pela Universidade de Cambridge, em 1865, até à sua morte.
Na infância e juventude, devido à sua saúde débil, Strutt teve que ter aulas privadas com o auxílio de um tutor. Finalmente, em 1861, Strutt entrou no Trinity College, em Cambridge, onde obteve a primeira graduação académica 1865. Desde cedo que Strutt desenvolveu um interesse tanto na parte experimental, como na matemática aplicada à física e, em 1868, Strutt comprou material para montar um local de investigação independente. No seu primeiro artigo, publicado em 1869, Strutt forneceu uma exposição de alguns aspetos da teoria eletromagnética de James Clerk Maxwell (1831 – 1879), empregando analogias que qualquer pessoa minimamente culta compreenderia.
A vida académica de Strutt resumiu-se ao período de 1879 a 1884, quando concordou em ser o segundo Professor Cavendish de Física Experimental, em Cambridge, sucedendo a Maxwell. Em Cambridge, Strutt realizou um intensivo programa de investigação sobre a determinação precisa de constantes elétricas. Cinco anos depois, Strutt voltou ao seu laboratório pessoal, local onde realizou praticamente todas as suas investigações científicas. Poucos meses depois de renunciar o cargo em Cambridge, Strutt tornou-se secretário da Royal Society, uma posição administrativa que, durante os 11 anos seguintes, lhe permitiu uma considerável liberdade de investigação.
As investigações de Strutt, registadas em 430 artigos científicos e num tratado, em dois volumes, intitulado “A Teoria do Som” (1877/1878), cobriam todas as áreas da física do século XX. Além disso, Strutt foi um engenhoso experimentalista, com a habilidade de conseguir extrair o máximo possível a partir das mais simples montagens e aparelhos. A descoberta e o isolamento do árgon, geralmente considerada como o seu maior feito científico, foi um triunfo de rigoroso raciocínio lógico e de cuidadosa e paciente experimentação. Strutt recebeu o Prémio Nobel da Física, em 1904, por essa descoberta; um ano depois, foi eleito presidente da Royal Society.
Nos seus últimos anos, Strutt serviu como conselheiro de educação e governação do país. Em 1908, aceitou o cargo diretivo da Universidade de Cambridge, mantendo esta posição até à sua morte. Ele foi também associado do Laboratório Nacional de Física e de comissões governamentais sobre aviação e tesouraria. Lúcido até ao fim dos seus dias, Strutt investigou até cinco dias antes da data da sua morte, em 30 de junho de 1919.
Referências
- 1 Encyclopaedia Britannica Online: John William Strutt, 3rd Baron Rayleigh, consultado em 03/12/2012.
- 2 Complete Dictionary of Scientific Biography: Strutt, John William, Third Baron Rayleigh, consultado em 03/12/2012.
- 3 Wikimedia Commons: John William Strutt Lord Rayleigh, consultado em 03/12/2012.
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