Banco Global de Sementes ameaçado

Uma surpresa do aquecimento global
Figura 1. Entrada para o Banco Global de Sementes em Svalbard, na Noruega.

Deveria resistir a uma guerra nuclear, mas está ameaçado pelo aquecimento global. O governo norueguês gere o Banco Global de Sementes com a intenção de servir de último recurso, resistindo a qualquer cataclismo natural ou provocado pelo homem. Foi instalado numa antiga mina de carvão de Svalbard nas profundidades de uma montanha numa ilha norueguesa. Tem a maior coleção de sementes de plantas usadas na alimentação. Em 2015, a guerra na Síria levou a que se recorresse a esta reserva para substituir algumas sementes do banco genético de Alepo. Aconteceu agora que temperaturas mais amenas neste inverno provocaram chuva e a fusão dos gelos permanentes. Esta situação levantou dúvidas sobre a durabilidade de uma estrutura que deveria manter-se sem a intervenção humana. O governo norueguês confessa que não contava com esta eventualidade. Felizmente, a água apenas inundou a entrada da instalação e já se iniciaram trabalhos para isolar a área de armazenamento e para canalizar a água das chuvas e da fusão para o exterior. Os gestores sentem a enorme responsabilidade por um depósito que se pretende durar até à eternidade!



Um computador da antiga Grécia

Mecanismo de Anticítera explicado
Figura 1. Mecanismo de Anticítera (fonte: wikipedia).

Eram conhecidas as referências de Cícero aos mecanismos existentes para prever as fases da lua, os eclipses e até as datas e locais dos jogos na Grécia antiga, mas nenhum desses aparelhos sobreviveu aos acidentes da história e à usura do tempo. Esta tecnologia perdeu-se na antiguidade e algo parecido só apareceu na Europa com os relógios astronómicos do século XIV.

Um achado arqueológico feito em 1900 ao largo da ilha grega de Anticítera e depositado no Museu de Arqueologia de Atenas tem sido estudado ao longo de mais de um século e pode ser identificado muito recentemente como provindo de Rodes e construído muito provavelmente para um cliente do norte da Grécia. Terá ficado no fundo do mar desde o naufrágio do que poderá ter sido um barco carregando o saque trazido por César de Rodes para Roma.

Figura 2. Relógio astronómico de Praga (século XIV).

O dispositivo de cerca de 30cm x 15cm x 8cm deve ter sido construído entre 200 e 70 aC e tinha um complexo sistema de cerca de 30 rodas dentadas que podia ser acionado por uma manivela lateral. Em lugar de horas, minutos e segundos, registava o tempo celeste do sol, da lua e dos 5 planetas visíveis. Os eclipses do sol e da lua eram previstos por uma agulha que seguia um sulco em espiral. A tecnologia de análise por raios X oferecia resultados pouco claros e só em 2006 foram publicados estudos por tomografia que revelaram o funcionamento dos mecanismos internos. A matemática do aparelho resultará da conjugação da aritmética da Babilónia com as teorias geométricas dos gregos.



Como dormir numa pata só?

Flamingos mantêm a estabilidade com um esforço muscular mínimo
Figura 1. Flamingos a dormir sobre uma pata.

Trabalho muito recente mostrou que um flamingo mantém maior estabilidade numa pata quando aparenta estar a dormir do que quando tem os olhos abertos. Isto resulta de pormenores da sua anatomia que lhe permitem manter esta posição com um esforço muscular mínimo. Para isso, o flamingo assume uma posição com o seu centro de gravidade diretamente sobre a perna apoiada e tem oscilações muito pequenas, menores a dormir do que acordado.

Figura 2. Esquema da pata do flamingo enquanto dorme (fonte: Royal Society Publishing).