Kambala
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- * Belas Artes/ Universidade do Porto
- ɫ Ciências/Universidade do Porto
Referência Bismarck, M., Pissarra, J., (2019) Kambala, Rev. Ciência Elem., V7(3):054
DOI http://doi.org/10.24927/rce2019.054
Palavras-chave Madeira de Kambala, secção radial, xilema secundário, xilema, sistema axial, fibras
Resumo
A imagem «Kambala» foi submetida por José Pissarra, e está disponível no Banco de Imagens da Casa das Ciências.
Quantas interpretações tem uma imagem?
Pouco sei do que esta imagem representa. A única coisa que sei é que é uma imagem microscópica de um caule. Mas eu vejo-a - por (de)formação profissional - não como uma imagem ilustrativa da ciência (com uma função de informar e de transmitir conhecimento) mas como uma imagem per si, isto é, sem outros referenciais que não as suas características como imagem: o seu “desenho”, a sua composição, a distribuição e jogo dos elementos “gráficos” (linhas e manchas) na superfície de um suporte. A imagem transforma-se numa composição visual e plástica, com uma lógica de relações internas, polissémica (aberta a várias interpretações), ao contrário da ilustração em ciência que pretende que a imagem seja unissémica (isto é, que tenha uma única possibilidade de interpretação).
Uma imagem é sempre isto: uma fonte inesgotável de interpretações, tantas quanto os seus espectadores. É esta uma das suas “virtudes” mas também um dos seus “vícios”.
Mário Bismarck
FBAUP/Universidade do Porto
Madeira de Kambala (Milicia sp.) em secção radial, vista ao microscópio ótico.
São evidentes os dois sistemas de células que constituem o xilema secundário, tecido que comummente conhecemos com madeira e que desempenha fundamentalmente funções estruturais e de condução de água no corpo das plantas. Integrando o sistema axial observam-se fibras e colunas mais claras de parênquima xilémico longitudinal. Em disposição cruzada sobressaem os elementos do sistema radial - os raios ou parênquima xilémico radial. Estes raios são do tipo heterocelular porquanto é possível observar células procumbentes (deitadas) no corpo dos raios, e células eretas e/ou quadradas nas suas margens.
Coloração com Safranina.
José Pissarra
Ciências/Universidade do Porto
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