Grão de pólen de Hibiscus
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- * Escola secundária de Odivelas
- ɫ Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto
Referência Cotrim, F., Lourenço Marques, S., (2019) Grão de pólen de Hibiscus, Rev. Ciência Elem., V7(4):074
DOI http://doi.org/10.24927/rce2019.074
Palavras-chave botânica, biologia, pólen, Hibiscus
Resumo
A imagem «Grão de pólen de Hibiscus» foi submetida por Fátima Cotrim, e está disponível no Banco de Imagens da Casa das Ciências.
Em 1977, Charles e Ray Eames realizaram Powers of Ten, um filme encomendado pela IBM que adaptava o livro Cosmic View do holandês Kees Boeke, permitindo ao espectador fazer uma viagem vertical, com início no Central Park, sobre um eixo ascendente em direcção ao pó da galáctica a 1025 metros de distância e vertiginosamente descendente, revelando os fragmentos atómicos da realidade a -1016 metros de profundidade. Olhando para a relatividade da escala do Universo, percebemos que as coisas, porque são exponenciáveis, se tornam diferentes em diferentes escalas e que as imagens que delas se retiram, acontecem na variação dessa ordem de magnitude. Muito depois dos delicados desenhos micrográficos de Robert Hooke, esta imagem atmosférica — que na legenda se desvenda como um grão de pólen de hibisco — move-se no antagonismo da sua imensidão mínima, quebrando os obstáculos da opacidade e mostrando as complexas formas da sua origem. Acima de tudo, revela o afastamento do peso e da gravidade que o infinitamente pequeno privilegia.
Susana Marques
FBAUP/Universidade do Porto
A fotografia do grão de pólen da flor de Hibiscus, foi tirada durante uma aula prática da disciplina de Biologia e Geologia e reflete o quão espetacular é o mundo microscópico e também como as aulas e a biologia, podem ser fascinantes para os alunos (e para os professores). Contrariamente à opinião de muitos, o telemóvel faz parte do material das minhas aulas práticas e é recompensador ver os alunos a ficarem maravilhados com as fotografias que tiramos e que permitem apercebermo-nos, ainda mais, dos pormenores espetaculares das imagens dadas pelas lupas e pelos microscópios. O pólen, ao ser fotografado, deixou de ser apenas algo de que falo a propósito da reprodução sexuada ou do problema da extinção das abelhas, e passou a ser também aquela entidade misteriosa e espetacular de quem nos apropriámos e que nos fascina. É a arte da biologia!
Fátima Cotrim
Escola Secundária de Odivelas
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