"O que hoje não sabemos, amanhã saberemos"
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- CMAF_IO/ Universidade de Lisboa
Referência Rodrigues, J.F., (2020) "O que hoje não sabemos, amanhã saberemos", Rev. Ciência Elem., V8(3):030
DOI http://doi.org/10.24927/rce2020.030
Palavras-chave
Em 1919, o pintor norueguês Edvard Munch, então com 55 anos, pintou o “Autorretrato após a gripe espanhola”, escolhida para capa deste número da Revista, onde registou uma expressão séria num ambiente caseiro bem colorido e iluminado, que, no fundo, traduzia um triunfo sobre a doença que havia superado e precedia um quarto de século, tranquilo e profissionalmente realizado, da sua vida.
Com a pandemia da COVID-19 em curso e com o início de um novo ano letivo de desenvolvimento incerto, a Revista de Ciência Elementar prossegue a sua importante missão de transmitir e discutir os conceitos científicos numa linguagem elementar e rigorosa, procurando uma visão crítica da realidade atual, não descurando os projetos escolares de sucesso, como o exemplo das interações culturais entre pessoas e plantas que se apresenta neste número.
Deste modo, prossegue-se com uma biografia de Max Planck (1858-1947), vencedor do Prémio Nobel da Física de 1918 pela descoberta dos quanta de energia, e com vários artigos, incluindo um sobre a radiação térmica, fundamental para o aparecimento da teoria quântica, quatro artigos a propósito do lítio – Li – o elemento que nos traz a problemática atual das baterias, dos recursos naturais e do seu impacto económico, bem como da sua utilização terapêutica, e ainda dois artigos muito oportunos, um sobre Imunologia e outro sobre os Coronavírus.
Aos olhos da Ciência, o interessante artigo sobre A matemática e as epidemias apresenta-nos um enquadramento dos modelos analíticos da epidemiologia matemática, desde o pioneiro modelo para a propagação da varíola de 1760 de Daniel Bernoulli, o qual desempenhou um importante papel na controvérsia inicial sobre as vantagens da inoculação, ao bem conhecido modelo SIR de Kermack e de McKendrick, do início dos anos 1930’s com as suas múltiplas variantes, que incluem modelos para doenças endémicas, como a do dengue. Novas variações e novos modelos analíticos estão neste momento a ser desenvolvidos e testados a nível mundial com o decorrer da atual pandemia do SARS-CoV2.
Finalmente, tendo em conta que a aplicação do conhecimento científico não dispensa a tecnologia e que, atualmente, para além do distanciamento, a melhor e mais barata tecnologia de combate à COVID-19 ainda é a máscara, a Imagem em Destaque deste número evoca a máscara da peste negra, com um exemplar que pode ser visto na exposição “Um Mundo de Máscaras”, patente até ao dia 30 de setembro de 2020 no Museu de Farmácia em Lisboa.
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