Rodeava-o um campo onde cresciam, indomesticáveis, os morangos brancos.

Entrei no Templo. Tudo era escuro primeiro e luminoso depois. Um humano — era decidamente um humano — trabalhava dentro de uma caixa negra sob uma luz rubra. Aproximou- se, destemido, e disse-me: “És um tigre branco. Nunca tinha visto nenhum por aqui. Não fui eu quem te fez, isso sei-o. O que procuras?” Expliquei-lhe ao que vinha. Ele observou-me longamente. Depois disse. “Sim, chegaste ao sítio certo. Farei um tigre branco, idêntico àquele que és. Descobrirás então o que é a amizade? Talvez. Não te asseguro que a conquistarás. Apenas que a reconhecerás como ideia. Uma ideia de tigre que eu não entenderei, mesmo que a expliques. Descobrirás o lugar da diferença que te cabe. Não haverá nenhum outro igual a ti.”. Pediu-me para entrar na caixa negra, e foi então que tudo começou.

Adormeci profundamente. Sonhei com os morangos brancos rodeando o Templo.

Luís Quintais
Universidade de Coimbra


Os frutos têm um papel muito importante na nossa alimentação, combinando o seu papel nutricional com uma diversidade de aromas únicos e cores vibrantes que os tornam irresistíveis. Os morangos brancos são ainda uma novidade para a maioria dos consumidores, gerando curiosidade sobre as suas qualidades e muitas dúvidas sobre o modo como são produzidos.

Apesar de poderem ser confundidos com morangos imaturos, estes morangos permanecem brancos durante todo o amadurecimento, uma vez que não produzem uma proteína com funções importantes na via biossintética das antocianinas, que iriam conferir a cor vermelha.

Esta diversidade genética ocorre em diversos cultivares obtidos através de processos de melhoramento seletivo. Um dos cultivares mais comuns é um híbrido, desenvolvido através do cruzamento das espécies silvestres Fragaria chiloensis e Fragaria virginiana, e conhecido como pineberry (do inglês pineapple, ananás, e strawberry, morango), devido ao seu aroma único semelhante ao ananás.

Sandra Correia
Laboratório Colaborativo InnovPlantProtect