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Referência (2025) Notícias, Rev. Ciência Elem., V13(3):036
DOI http://doi.org/10.24927/rce2025.036
Palavras-chave
A Invenção da Biologia
Neste livro, editado pela Temas e Debates, Jason Roberts – autor norte-americano distinguido com um Prémio Pulitzer – conduz-nos, com rigor científico e um humor refinado, pelas vidas paralelas de dois gigantes da história natural: Lineu e Buffon. Tão geniais quanto opostos, o acaso fez com que os seus caminhos se cruzassem, e o resultado foi uma rivalidade deliciosa, marcada por ironias e pequenas vinganças botânicas. Como recorda o autor, Lineu chegou mesmo a batizar uma planta frágil com o nome genérico Buffonia, num gesto que pretendia sublinhar as ambições algo frágeis de Buffon em se tornar um botânico de renome. Ambos nasceram em 1707, mas o destino levou Lineu uma década mais cedo, em 1778. Médico de formação e católico fervoroso, acreditava na narrativa bíblica da criação. Buffon, pelo contrário, via os organismos como dinâmicos e em transformação – uma visão que talvez refletisse a sua própria impetuosidade e o gosto pela vida boémia. Entre festas, paixões e rixas, envolveu- se em vários duelos, especialmente em Angers, a universidade que escolhera por ser a mais distante de Dijon, onde estudara direito na academia jesuíta. Lineu legou-nos o sistema binomial, que trouxe ordem ao caos da classificação dos seres vivos; Buffon, por sua vez, lançou as sementes do pensamento evolucionista que mais tarde inspiraria Lamarck e Darwin.
Museu do medronho
O medronheiro (Arbutus unedo L.) é uma ericácea amplamente distribuída em Portugal, embora seja particularmente abundante na zona Centro — entre Coimbra e Castelo Branco – e nas serras algarvias de Monchique e do Caldeirão. Os frutos maduros, de um vermelho intenso, podem ser consumidos frescos, mas a sua principal utilização é na produção da aguardente de medronho. O medronheiro e o medronho têm um museu. Não fica no Algarve nem nas Beiras, mas sim em pleno Alentejo, junto à povoação de Alqueva, que dá nome à conhecida barragem. Melhor do que uma visita online é mesmo ir ao local, onde uma interessante exposição revela as particularidades da planta e do fruto, bem como as suas principais aplicações. É ainda possível assistir à produção da aguardente de medronho através de uma visita guiada à destilaria, e adquirir mel de medronheiro, conhecido pelo seu sabor “amargo” característico. Isto, para além de vários artigos alusivos ao medronheiro na respetiva loja. A visita ao museu pode ser complementada com um passeio pelo montado, onde se pode desfrutar da vida selvagem típica da região e admirar imponentes sobreiros e azinheiras. Não muito longe dali fica a Vidigueira, bonita vila alentejana, conhecida pela produção de alguns dos melhores vinhos alentejanos – e, arrisca-se dizer, de Portugal.
florestas.pt
Em Portugal temos várias épocas: caça, lampreia, balnear, futebolística, só para citar algumas e, claro, a época dos incêndios, onde jornalistas inebriados pelo fumo e cerebralmente encandeados pelas quentes e intensas luzes, disparam banalidades e comentários, que ultrapassam a velocidade (como eles dizem) do próprio fogo. É também por essa altura que centenas de especialistas em floresta despertam da letargia mental e inundam as televisões, jornais, rádios e redes sociais, quais drosófilas atraídas por fruta fermentada. Passada a época dos incêndios, designação que se não fosse trágica, seria no mínimo anedótica, talvez valha a pena visitar a página online da iniciativa florestas.pt. Aí pode encontrar informação atualizada e cientificamente validada sobre a floresta portuguesa, nas mais diferentes vertentes, deste a floresta de produção até à ecologia florestal passando por aspectos culturais e socio-económicos. O projeto é uma iniciativa da The Navigator Company, tem a coordenação técnico-científica do Raiz – Instituto de Investigação da Floresta e do Papel e a coordenação editorial de Cristina Marques e Tânia Sofia Oliveira. Em Portugal, temos várias épocas: a época da caça, a da lampreia, a balnear, a futebolística, só para citar algumas – e, claro, a época dos incêndios. É nessa altura que jornalistas, inebriados pelo fumo e cerebralmente encandeados pelas quentes e intensas luzes, disparam banalidades e comentários que ultrapassam, como eles próprios dizem, a velocidade do fogo.
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