As células procarióticas têm menor número de estruturas celulares que as eucarióticas, sendo a sua principal característica a ausência de núcleo. Nestes organismos não se encontram estruturas endomenbranares como mitocôndrias ou retículo endoplasmático. Os procariontes são representados pelas bactérias e cianobactérias, pertencentes ao Reino Monera (Arqueobatérias e Eubactérias).

Os procariontes vivem em ambientes muito diversos e, por vezes, extremos, como por exemplo os halófilos que habitam zonas com grandes concentrações de sal; os termoacidófilos que se desenvolvem nas fontes hidrotermais sulfurosas com temperaturas superiores a 80ºC e pH inferior a 2; os metanogénicos vivem em habitats desprovidos de oxigénio e produzem metano (CH4) através da redução de dióxido de carbono.


As bactérias típicas apresentam a seguinte estrutura celular:

  • compartimento com citoplasma envolto por uma membrana plasmática. Embora as células procarióticas não tenham um núcleo definido, o material genético (DNA), nuclóide, está condensado na região central da célula.
  • cápsula: estrutura constituída de polissacáridos que concede resistência e proteção à célula
  • parede celular: formada por peptidoglicanos e lípidos, confere forma, suporte e proteção à célula e impede a lise da célula em meios hipotónicos. Permite a classificação das bactérias em Gram positivas e Gram negativas (ver texto abaixo)
  • flagelo: presente em algumas espécies, confere mobilidade às células
  • fímbrias: (ou pili) estruturas semelhantes a cílios, importantes na aderência ao substracto e na troca de fragmentos de DNA plasmídeo entre bactérias (conjugação).
  • membrana celular: constituída por uma bicamada fosfolípidica e por proteínas
  • citoplasma: não apresenta organitos individualizados, contem ribossomas, substâncias de reserva e enzimas.
  • ribossomas: estruturas celulares de síntese proteica, encontram-se, geralmente, na região da célula sem DNA.
  • mesossoma: invaginação da membrana celular, presente em algumas bactérias, que está associada à síntese de DNA e à secreção de proteínas.

Dada a reduzida dimensão das bactérias e à sua transparência são de difícil observação. Tendo por base uma técnica de coloração diferencial, desenvolvida em 1884 pelo médico dinamarquês Christian Gram – coloração Gram – é possível identificar e classificar as bactérias pela estrutura e composição da sua parede celular em duas classes: Gram negativas e Gram positivas.

  • Gram negativas: a parede celular destas bactérias tem um elevado teor lipídico e uma fina camada de peptidoglicanos a circundar a membrana plasmática. Durante o processo de coloração parte dos lípidos são dissolvidos pelo álcool, formando-se poros na parede por onde o corante primário (violeta de cristal) sai das células. As células ficam transparentes com a saída do corante sendo posteriormente coradas com o corante secundário (safranina ou fucsina). (exemplos: E. coli, Heliobacter, Pseudomonas, Legionella, Salmonella)
  • Gram positivas: a parede celular destas bactérias é formada por uma espessa camada de peptidoglicanos e reduzido teor de lípidos. A camada de peptidoglicanos atua como uma barreira à saída do corante primário e, por isso, as células ficam coradas de violeta escuro. (exemplos: bactérias dos géneros Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus, Bacillus)


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