A superfície segundo a qual se dá o deslocamento é designada plano de falha e, de cada lado deste plano, situam-se os blocos de falha. O valor do deslocamento relativo dos dois blocos, medido ao longo do plano de falha, é designado rejeito. No plano de falha podem, por vezes, observar-se estrias – estrias de escorregamento ou slickensides – que permitem determinar a direção do movimento ao longo deste plano.


Figura 1. Esquema de uma falha.

Quando, em vez de apenas um plano de falha, ocorre uma zona esmagada, esta designa-se caixa de falha.

As falhas podem ser classificadas quanto à orientação do deslocamento relativo dos seus blocos, em:

  • compressiva, inversa ou cavalgante – quando a fratura é provocada por compressão, os blocos aproximam-se e um deles desloca-se, parcialmente, para cima do outro;
  • distensiva ou normal – quando a fratura é provocada por distensão, os blocos afastam-se e um deles desce em relação ao outro;
  • desligante ou horizontal – quando a fratura é provocada por tensões tangenciais e os blocos se movimentam, lateral e horizontalmente, um em relação ao outro.

Figura 2. Representação esquemática dos principais tipos de falhas.

Podem, ainda, ser definidos outros tipos particulares de falhas, das quais se destacam:

  • falha ativa – falha com movimentação conhecida ou registada na atualidade, onde ocorrem muitos dos sismos atuais; em Portugal Continental são exemplos de falhas ativas a falha da Vilariça e a falha da Régua-Verin;
  • falha transformante – tipo particular de falha desligante que ocorre como limite de uma placa tectónica, e ao longo da qual não há formação nem destruição de litosfera; são exemplos de falhas transformantes, algumas das falhas que se formam nos contactos entre placas tectónicas, como as que se localizam perpendicularmente à orientação das dorsais oceânicas, e a falha de Santo André na Califórnia.

Materiais relacionados disponíveis na Casa das Ciências:


  1. Formação de Estrutura Geológica, de Tanya Atwater.

Imagens relacionadas disponíveis no Banco de Imagens:


  1. Falha normal, de Miguel Sousa;
  2. Dominó ou bookshelf, de Paulo Fonseca;
  3. Afloramento de calcários afetados por uma falha, de Maria Pinto.