Espécie
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- Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Referência Moreira, C., (2014) Espécie, Rev. Ciência Elem., V2(2):145
DOI http://doi.org/10.24927/rce2014.145
Palavras-chave Espécie; biologia; reprodução; organismos; multicelulares;
Resumo
Em biologia a espécie é a unidade básica das classificações biológicas e é também um grupo taxonómico. Considerado muitas vezes o grupo taxonómico mais natural tem um papel muito útil nos estudos científicos.
O conceito de espécie mais comummente aceite entre a comunidade cientifica é o conceito biológico que define a espécie em termos da capacidade de reprodução entre indivíduos de diferentes populações. Segundo o conceito biológico de espécie, definido por Ernst Mayr e Theodosius Dobzhansky, uma espécie é constituída por grupos de populações naturais compostas de indivíduos interférteis, que produzem descendência fértil e que estão reprodutivamente isolados de outros grupos semelhantes.
Esta definição de espécie, sendo geralmente aplicado a organismos multicelulares com reprodução sexuada, exclui algumas situações, em particular organismos unicelulares que se reproduzem assexuadamente, e organismos multicelulares que se reproduzem por partenogénese.
Estas exceções ao conceito biológico de espécie levaram à adoção de um conceito mais geral em que se define espécie como organismos de populações com um elevado grau de semelhança genética. Esta semelhança pode refletir uma adaptação a um mesmo nicho e a existência de um fluxo genético entre indivíduos.
A dificuldade em encontrar um conceito universal de espécie levou a comunidade científica a utilizar diferentes conceitos consoante o grupo de organismos em estudo.
O conceito de espécie, como outros tem sofrido alterações ao longo do tempo. A espécie tal como era descrita por Aristóteles e seus sucessores, possuía uma “forma” ou “essência”, e a variabilidade intraespecífica era atribuída a imperfeições adquiridas durante o processo de atualização dessa “forma”. Esta ideia não permitia a transformação de uma espécie noutra, uma vez que a essência era inerente à espécie e diferente de espécie para espécie.
Darwin, em 1859, apresentava o que ficou conhecido como conceito morfológico de espécie, definindo espécie como objetos bem definidos, cujas morfologias são suficientemente distintas para estabelecer a fronteira entre espécies. Outro avanço foi o reconhecimento da politipia das espécies, permitindo a identificação de subespécies geralmente associadas a variações geográficas. Esta perceção da variedade deveu-se às grandes coleções museológicas onde, por vezes, à mesma espécie eram atribuídos nomes distintos.
Atualmente e, dada a dificuldade em reunir num só conceito universal uma descrição de espécie, existem vários conceitos de espécie, por exemplo:
- Conceito ecológico de espécie: Um conjunto de organismos adaptados a um conjunto particular de recursos, nicho, num determinado ambiente.
- Conceito genético de espécie: É baseado na semelhança genética dos indivíduos ou populações
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