Radiação cósmica de fundo
📧 , 📧
- * DFA/ Universidade do Porto
- ɫ Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Referência Bertolami, O., Gomes, C., (2017) Radiação cósmica de fundo, Rev. Ciência Elem., V5(3):045
DOI http://doi.org/10.24927/rce2017.045
Palavras-chave Big Bang; galáxia; universo; formação; explosão; microondas;
Resumo
A Radiação Cósmica de Fundo (RCF) é uma radiação fóssil, observada na região de micro-ondas do espectro eletromagnético, por ser um remanescente do Universo 375 mil anos após o Big Bang e a sua estrutura revela com grande riqueza de detalhes a história do Cosmos1.
Em 1965, Arno Penzias e Robert Wilson, nos Laboratórios Bell nos EUA, descobriram a RCF através da deteção de um ruído numa radioantena que persistia apesar de uma cuidadosa inspeção do equipamento. Esta radiação foi uma peça-chave na corroboração da teoria do Big Bang, e tem sido estudada por vários satélites espaciais, como o COBE, o WMAP e o Planck, uma vez que é extremamente rica em informação e permite determinar muitas propriedades do Universo e o seu conteúdo. Através da RCF sabemos que a geometria do Universo (este é quadri-dimensional, isto é, tem 3 dimensões espaciais e 1 temporal), correspondente à parte espacial é plana. Esta radiação permite-nos também estimar, com base na teoria da gravitação de Einstein e observações de supernovas distantes, que cerca de 68% da energia do Universo está distribuída de forma ténue e uniforme por toda a parte, e que por não se manifestar luminosamente, é designada por energia escura, assim como também se consegue inferir que existe mais matéria que a conhecida: a matéria escura.
Referências
- 1 WEINBERG, S, Os Três Primeiros Minutos (Ed. Gradiva 1987).
Este artigo já foi visualizado 19346 vezes.